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Assinado contrato para a segunda estação pré-focal do ELT quando o design da primeira está prestes a ser aprovado

6 de Novembro de 2020

Uma componente principal do Extremely Large Telescope (ELT) do ESO, a primeira estação pré-focal ou PFS-A, está prestes a terminar a revisão final de design. Com este marco praticamente atingido, o ESO assinou um contrato com a companhia espanhola IDOM para a segunda estação pré-focal, a PFS-B.

As duas estações pré-focais do ELT, concebidas e fabricadas pela IDOM, são enormes estruturas com mais de 9 metros de altura, cada uma colocada numa plataforma de suporte, que se situam em lados opostos da estrutura principal do telescópio. Atuando como interface entre o sistema de cinco espelhos do telescópio e os seus instrumentos, estas componentes têm uma função tripla: controlar o alinhamento dos espelhos do telescópio (incluindo o apontar preciso da estrutura do telescópio ao céu), garantir que o espelho primário segmentado funcione como um todo e distribuir a radiação colectada aos instrumentos do telescópio.

Observando a luz das estrelas para verificar o alinhamento

O ELT é extremamente sensível a variações muito pequenas das condições ambientais, o que irá desalinhar os espelhos, degradando assim as observações. A gravidade pode também modificar a forma dos espelhos à medida que o telescópio se movimenta. Adicionalmente, pequenas variações na temperatura fazem com que a estrutura metálica do telescópio se expanda muito ligeiramente, de algumas centenas de micrómetros, alterando também as posições dos vários espelhos do ELT.

A PFS-A e a PFS-B analisam a luz emitida por ‘estrelas guia’ — estrelas naturais brilhantes próximas no céu do objeto em estudo. As estações, que não trabalham em simultâneo, monitorizarão até três estrelas guia durante as observações, ajudadas pelos seus três braços sensores posicionados com uma precisão de algumas centenas de micrómetros. A informação das estrelas guia é usada para posicionar ativamente os espelhos e a estrutura principal do telescópio, de modo a controlar o alinhamento do telescópio durante as observações — um processo conhecido por óptica ativa. Isto garante que a luz permaneça focada de forma adequada e que o telescópio se mantenha apontado ao alvo de forma precisa, durante toda a observação.

798 segmentos funcionando como um espelho único

Uma função adicional das PFS é garantir que as centenas de segmentos que compõem o espelho primário (M1) trabalhem em uníssono como um único espelho gigante. Para que isso aconteça, as posições relativas dos 798 segmentos de espelho têm que ter uma precisão da ordem das dezenas de nanómetros. No entanto, as posicões dos segmentos derivam com o tempo, devido a variações na temperatura e mudanças de gravidade, tendo por isso que ser corrigidas periodicamente. As PFS controlarão de forma regular a forma do M1, usando medições de estrelas guia para manter a forma perfeita.

Distribuindo a luz

Finalmente, as PFS serão também utilizadas para distribuir a luz colectada pelo telescópio aos diversos instrumentos científicos e equipamento auxiliar, dependendo do sistema que estiver a ser usado em determinado momento. As plataformas onde serão colocadas as PFS A e B, acolherão também vários instrumentos científicos, preparados para analisar a radiação colectada pelo telescópio, que ajudará a responder às nossas questões sobre o Universo. As PFS irão direcionar a luz para o instrumento científico seleccionado, usando um espelho plano grande. Este é também o último componente que a luz atravessa antes de chegar ao foco do telescópio, o que dá o nome a estas estações.

Uma colaboração de sucesso

Após dois anos de trabalho dos engenheiros da IDOM e do ESO relativos à complexa PFS-A, as equipas estão agora perto de terminar o design desta componente, indo começar muito em breve o fabrico desta parte crucial do telescópio. Adicionalmente, o ESO, na pessoa do seu Diretor Geral Xavier Barcons, e a IDOM, na pessoa do seu presidente Luis Rodríguez, assinaram um contrato com a companhia espanhola para desenvolver e entregar a segunda estação pré-focal do ELT.

O ELT do ESO, uma realidade tornada possível graças às soluções de engenharia de alta tecnologia e a muitas pessoas talentosas, irá responder às maiores questões astronómicas do nosso tempo, desde a investigação da história do Universo até à descoberta e estudo de planetas do tipo da Terra existentes fora do Sistema Solar. O telescópio será colocado no topo do Cerro Armazones no deserto chileno do Atacama e as operações deverão começar dentro de cerca de 5 anos.

Contactos

Steffan Lewis
ESO
Garching bei München, Alemanha
Tel: +49 89 3200 6931
Email: slewis@eso.org

Bárbara Ferreira
ESO Public Information Officer
Garching bei München, Alemanha
Tel: +49 89 3200 6670
Email: pio@eso.org

Sobre o anúncio

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Imagens

Imagem artística: Primeira estação pré-focal do ELT
Imagem artística: Primeira estação pré-focal do ELT
A PFS-A na sua plataforma de suporte (ilustração)
A PFS-A na sua plataforma de suporte (ilustração)
Ilustração de uma das estações pré-focais do ELT
Ilustração de uma das estações pré-focais do ELT
Ilustração de uma das estações pré-focais do ELT dentro da cúpula do telescópio
Ilustração de uma das estações pré-focais do ELT dentro da cúpula do telescópio
Ilustração das duas estações pré-focais do ELT
Ilustração das duas estações pré-focais do ELT
Desenho de engenharia da primeira estação pré-focal do ELT
Desenho de engenharia da primeira estação pré-focal do ELT